O substitutivo de autoria do senador Eduardo Azeredo – que tipifica crimes na internet e que pretende restringir o seu uso - está dando o que falar por aí e nos blogs dos nossos queridos colegas da disciplina Blogs e Boletins Eletrônicos. Não desejo criticar ou ir contra nenhuma visão, pretendo apenas apresentar meu ponto de vista.
De uma forma geral, todos acham absurda essa medida e apresentam visões bastante enriquecedoras para a discussão. Poucos são favoráveis e enxergam a medida de forma mais conservadora. Por exemplo, o blog Do contra ao contrário. Nós concordamos que os crimes de difamação na internet são coisa séria e ficamos sensibilizados com o caso da menina de 13 anos do Blog do Mesquita. O que acontece é que esses crimes aumentaram desde que foi criado o site de relacionamentos Orkut. Quem sabe essa lei não pudesse ser dirigida especificamente a esse site? Mas parece que o governo já está dando um jeito de apurar e punir esses crimes através de uma “CPI do Orkut”.
No post sobre o assunto logo abaixo, a questão da democratização da informação foi bastante enfatizada. Esse argumento inclui a idéia de popularização da informação sim! O contrário do que pensam os blogueiros do Na traseira do mundo.
É claro que também não pretendemos relacionar os problemas econômicos do Brasil com essa lei. Mas já notaram que muita família, mesmo vivendo humildemente, tem um computador em casa? Já notaram – acho que isso é mais notável ainda em cidade do interior – que em toda esquina existe uma Lanhouse?
Diversas vezes as filhas da senhora que trabalha aqui em casa vieram – uso o verbo no pretérito porque hoje elas têm um computador em casa – usar o computador aqui de casa para poder fazer trabalhos de escola. Na verdade, elas até tinham mais familiaridade com a máquina do que eu.
É claro que muitos usuários de Lanhouses estão lá para acessar o MSN, Orkut, jogos, etc. Mas conheço gente também que depende daquela Lanhouse lá na esquina da sua casa para poder fazer um trabalho de faculdade, para pesquisa, etc.
Portanto, acreditamos sim, que hoje a internet está popularizada. E essa lei iria sim, restringir o acesso de pessoas com baixa condição financeira, já que prevê o encarecimento e a burocratização do uso da internet.
domingo, 31 de agosto de 2008
segunda-feira, 25 de agosto de 2008
Lei de censura nos faz lembrar a ditadura
O projeto de lei relatado pelo Senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) que tipifica crimes na internet sofre modificações, mas continua polêmico.
Se aprovado, o projeto de lei vai bloquear as práticas criativas, enrijecendo todas as convenções do direito autoral. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, restrição à interatividade e às possibilidades que ela oferece, além de instaurar o medo e a vigilância.
Iniciado há dez anos, o projeto de lei, relatado pelo Senador em 2005, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, tipifica 11 crimes, entre eles difusão de vírus, roubo de senhas e falsificação de cartão de crédito.
Alvo de diversas críticas, o primeiro substitutivo do senador foi modificado, retirando o ponto mais polêmico, que obrigava o usuário a se identificar para poder acessar a internet. De acordo com a proposta anterior, o usuário da internet teria de fornecer nome, endereço, número de telefone, da carteira de identidade e do CPF às companhias provedoras de acesso à internet, às quais caberia a tarefa de confirmar a veracidade das informações. O acesso só seria liberado após o provedor confirmar a identidade do usuário. Para isso, precisaria de cópias dos documentos dos internautas.
Em um país em que leis são burladas facilmente e que é repleto de autoridades corruptíveis, a criação de censuras de nada vale. Mais vale a punição ser aplicada de forma rígida e igualitária, que a aprovação de leis ‘para inglês ver’.
Além disso, também foi modificada a pena para os provedores de internet que não prestarem informações sobre os acessos. O substitutivo anterior previa que os responsáveis pelos provedores fossem presos se descumprissem a lei. Na nova versão, a prisão foi substituída por multa de R$ 2 mil a R$ 100 mil. Os provedores são obrigados a armazenar, por um período de três anos os dados das conexões.
“O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede” (Águas Cotidianas)
“A lei cria o provedor que delata (...) Não importa que, muitas vezes, os arquivos trocados sejam legais. O fato é que todo provedor de acesso se verá obrigado a manter por três anos uma listagem de quem fez o quê e que lugares visitou na web. É como se os Correios mantivessem uma lista de todos os usuários de seu serviço e que indicasse com quem cada um se correspondeu neste período de anos. É coisa de Estado policial e uma franca violação da liberdade” (Pedro Doria/Weblog)
Todas essas medidas são atos de censura e restrição à liberdade. É uma desculpa mal formulada para combater a pirataria. “Outro problema da lei é a proibição de que se ‘obtenha dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização do legítimo titular, quando exigida.’ Vai uma pena de 2 a 4 anos, mais multa. O objetivo, evidentemente, é proibir pirataria. Mas imagine-se a loucura de ter a necessidade de provar que está autorizado a carregar qualquer informação colhida na rede” (Pedro Doria/Weblog)
A medida que obrigaria os provedores a armazenar os logs de navegação de cada usuário por até 3 anos, burocratizaria e encareceria o acesso à internet, e ocasionaria um retrocesso na difusão das redes sem fios, visto que os roteadores mais usados - e de preço mais acessível - não são capazes de armazenar esses dados.
Ao invés de evoluir e aprimorar as possibilidades da rede, o projeto faz com que tudo o que foi conquistado até agora entre em uma fase de retrocesso.
“A Internet é uma rede de redes, sempre em construção e coletiva. Ela é o palco de uma nova cultura humanista que coloca, pela primeira vez, a humanidade perante ela mesma ao oferecer oportunidades reais de comunicação entre os povos. E não falamos do futuro. Estamos falando do presente. Uma realidade com desigualdades regionais, mas planetária em seu crescimento. O uso dos computadores e das redes são hoje incontornáveis, oferecendo oportunidades de trabalho, de educação e de lazer a milhares de brasileiros (...) A Internet requalificou as práticas colaborativas, reunificou as artes e as ciências, superando uma divisão erguida no mundo mecânico da era industrial. A Internet representa, ainda que sempre em potência, a mais nova expressão da liberdade humana (...) Necessitamos fazer crescer a rede, e não travá-la. Precisamos dar acesso a todos os brasileiros e estimulá-los a produzir conhecimento, cultura, e com isso poder melhorar suas condições de existência”
Se aprovado, o projeto de lei vai bloquear as práticas criativas, enrijecendo todas as convenções do direito autoral. Esse projeto é uma séria ameaça à diversidade da rede, restrição à interatividade e às possibilidades que ela oferece, além de instaurar o medo e a vigilância.
Iniciado há dez anos, o projeto de lei, relatado pelo Senador em 2005, na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, tipifica 11 crimes, entre eles difusão de vírus, roubo de senhas e falsificação de cartão de crédito.
Alvo de diversas críticas, o primeiro substitutivo do senador foi modificado, retirando o ponto mais polêmico, que obrigava o usuário a se identificar para poder acessar a internet. De acordo com a proposta anterior, o usuário da internet teria de fornecer nome, endereço, número de telefone, da carteira de identidade e do CPF às companhias provedoras de acesso à internet, às quais caberia a tarefa de confirmar a veracidade das informações. O acesso só seria liberado após o provedor confirmar a identidade do usuário. Para isso, precisaria de cópias dos documentos dos internautas.
Em um país em que leis são burladas facilmente e que é repleto de autoridades corruptíveis, a criação de censuras de nada vale. Mais vale a punição ser aplicada de forma rígida e igualitária, que a aprovação de leis ‘para inglês ver’.
Além disso, também foi modificada a pena para os provedores de internet que não prestarem informações sobre os acessos. O substitutivo anterior previa que os responsáveis pelos provedores fossem presos se descumprissem a lei. Na nova versão, a prisão foi substituída por multa de R$ 2 mil a R$ 100 mil. Os provedores são obrigados a armazenar, por um período de três anos os dados das conexões.
“O Substitutivo do Senador Eduardo Azeredo quer bloquear o uso de redes P2P, quer liquidar com o avanço das redes de conexão abertas (Wi-Fi) e quer exigir que todos os provedores de acesso à Internet se tornem delatores de seus usuários, colocando cada um como provável criminoso. É o reino da suspeita, do medo e da quebra da neutralidade da rede” (Águas Cotidianas)
“A lei cria o provedor que delata (...) Não importa que, muitas vezes, os arquivos trocados sejam legais. O fato é que todo provedor de acesso se verá obrigado a manter por três anos uma listagem de quem fez o quê e que lugares visitou na web. É como se os Correios mantivessem uma lista de todos os usuários de seu serviço e que indicasse com quem cada um se correspondeu neste período de anos. É coisa de Estado policial e uma franca violação da liberdade” (Pedro Doria/Weblog)
Todas essas medidas são atos de censura e restrição à liberdade. É uma desculpa mal formulada para combater a pirataria. “Outro problema da lei é a proibição de que se ‘obtenha dado ou informação disponível em rede de computadores, dispositivo de comunicação ou sistema informatizado, sem autorização do legítimo titular, quando exigida.’ Vai uma pena de 2 a 4 anos, mais multa. O objetivo, evidentemente, é proibir pirataria. Mas imagine-se a loucura de ter a necessidade de provar que está autorizado a carregar qualquer informação colhida na rede” (Pedro Doria/Weblog)
A medida que obrigaria os provedores a armazenar os logs de navegação de cada usuário por até 3 anos, burocratizaria e encareceria o acesso à internet, e ocasionaria um retrocesso na difusão das redes sem fios, visto que os roteadores mais usados - e de preço mais acessível - não são capazes de armazenar esses dados.
Ao invés de evoluir e aprimorar as possibilidades da rede, o projeto faz com que tudo o que foi conquistado até agora entre em uma fase de retrocesso.
“A Internet é uma rede de redes, sempre em construção e coletiva. Ela é o palco de uma nova cultura humanista que coloca, pela primeira vez, a humanidade perante ela mesma ao oferecer oportunidades reais de comunicação entre os povos. E não falamos do futuro. Estamos falando do presente. Uma realidade com desigualdades regionais, mas planetária em seu crescimento. O uso dos computadores e das redes são hoje incontornáveis, oferecendo oportunidades de trabalho, de educação e de lazer a milhares de brasileiros (...) A Internet requalificou as práticas colaborativas, reunificou as artes e as ciências, superando uma divisão erguida no mundo mecânico da era industrial. A Internet representa, ainda que sempre em potência, a mais nova expressão da liberdade humana (...) Necessitamos fazer crescer a rede, e não travá-la. Precisamos dar acesso a todos os brasileiros e estimulá-los a produzir conhecimento, cultura, e com isso poder melhorar suas condições de existência”
segunda-feira, 4 de agosto de 2008
Olá Mundo!
kino = cinema. kínesis (abrev.kine) = movimento
Alemão chama 'cinema' de 'Kino', que significa movimento em latim. Movimento de imagens e fotogramas percebidos pelo olhar. Movimentos artísticos e culturais. Movimentos e investimentos cinematográficos. Movimentos que mudaram a História.
No entanto, hoje, o movimento no cinema não se restringe apenas aos seus aspectos técnicos. Envolve diferentes mídias e indústrias que fazem parte de um todo muito maior que apenas o filme em si.
E falar sobre esse todo é o nosso objetivo. Não pretendemos apresentar análises técnicas e especializadas e sim apenas a visão de todo esse mundo que envolve a arte cinematográfica, feita por dois alunos do curso de Comunicação Social da UFMG que vão sempre ao cinema e gostam de ver filmes.
Além de notícias, aqui também será um espaço para o leitor participar e contribuir com críticas que serão muito bem aceitas.
http://blogseboletins.blogspot.com/2008/07/ol-mundo.html
Alemão chama 'cinema' de 'Kino', que significa movimento em latim. Movimento de imagens e fotogramas percebidos pelo olhar. Movimentos artísticos e culturais. Movimentos e investimentos cinematográficos. Movimentos que mudaram a História.
No entanto, hoje, o movimento no cinema não se restringe apenas aos seus aspectos técnicos. Envolve diferentes mídias e indústrias que fazem parte de um todo muito maior que apenas o filme em si.
E falar sobre esse todo é o nosso objetivo. Não pretendemos apresentar análises técnicas e especializadas e sim apenas a visão de todo esse mundo que envolve a arte cinematográfica, feita por dois alunos do curso de Comunicação Social da UFMG que vão sempre ao cinema e gostam de ver filmes.
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